Pesquisar este blog

terça-feira, 3 de abril de 2018

VACAS COM BOTAS

O que há de novo nos tratamentos de casco bovino!

Você já imaginou uma vaca com botas! Pois é, esta é a mais nova tecnologia utilizada para o tratamento dos ferimentos do casco bovino, desenvolvida pelo Veterinário Mariliense Dr. Luciano Marega.
Por todo o mundo, tradicionalmente as universidades ensinam que para se tratar as lesões podais dos animais, deve-se proceder inicialmente ao debridamento da ferida e seguir com cuidados de enfermagem, diariamente, até a cura.
Trazendo esta teoria para a prática, significa conter os animais diariamente, segurar as suas patas e proceder a assepsia da ferida, será que esta rotina seria passível de implantação em nossas fazendas?
Para ilustrar as dificuldades de execução desta técnica na prática, podemos continuar com algumas perguntas: Quais sistemas de contenção temos disponíveis? Quantos animais temos para tratar, são mansos? A mão de obra disponível esta qualificada? Onde alojar os animais em tratamento? Pois é, na prática, estas são as dificuldades encontradas pelos produtores de todo o mundo e também pelos profissionais casqueadores que têm os resultados dos seus tratamentos influenciados pela eficiência da execução de um pós-operatório que será realizado por terceiros e na maioria das vezes, sem as condições mínimas de trabalho, ou seja, na prática são muitos os fatores desfavoráveis ao sucesso dos tratamentos.
Sentindo esta dificuldade “na pele” como profissional, foi que pensei em desenvolver um curativo de casco de longa durabilidade, que perdurasse proteger a ferida até a cura, que não exigisse substituições periódicas, que os resultados destes tratamentos não dependessem de obrigações de terceiros, que trouxessem facilidades aos produtores e seus funcionários.
Assim nasceram as “Botas para Vacas”, que consistem no envolvimento da área lesada com muitas camadas de ataduras de bandagem e cobertura com colas especiais, que penetram nas faixas e juntas, formam uma barreira de proteção contra o atrito do solo e dos ramos de capins, contra as moscas e a bicheira e contra as sujidades presentes no solo.
Os primeiros resultados chegaram no ano de 2000, fruto de uma tese de mestrado e demonstrou a capacidade de um curativo de casco perdurar por 20 dias, foi uma grande evolução e esta técnica vêm, desde então, sendo utilizada na rotina de muitos profissionais para o tratamento da Dermatite Digital Contagiosa dos Bovinos, por exemplo, com taxas de cura de mais de 90%, utilizando apenas um curativo de casco e apresentando baixos índices de recidivas, menos de 10%.
Mas continuamos evoluindo e aprimorando a técnica, haja visto a sua importância e os benefícios, atualmente, através da utilização de adesivos poliuretanos, estamos conseguindo que um curativo de casco perdure por 60 a 90 dias, protegendo com eficiência as lesões da pata dos bovinos com taxas de cura, mesmo das lesões severas e crônicas, de mais de 90%, utilizando apenas um curativo de casco e sem a utilização de antibiótico-terapia sistêmica, outro benefício, principalmente para o tratamento de vacas leiteiras, proporciona descarte zero de leite. Dentre os benefícios proporcionados podemos destacar que esta técnica elimina os cuidados pós-operatórios nos tratamentos das lesões de casco bovino e indiretamente todos os problemas citados anteriormente, facilitando a vida tanto do produtor como também do profissional casqueador. Através desta técnica, o profissional realiza a visita para o casqueamento e tratamento da lesão de casco e deixa como recomendação para o produtor, apenas a data para a retirada do curativo de casco e pronto.

CUSTO: Atualmente trabalho com dois tipos de curativos de casco, um para tratamento de pequenas lesões, custa R$60,00 e dura 30 dias e outro para lesões extensas, custa R$100,00 e dura 60 a 90 dias.
Considerando estes valores mais os honorários, km, alimentação e hospedagem, em uma visita onde vários animais serão tratados (minimo 10), o custo médio de tratamento de um animal fica em R$200,00, corresponde a 10 dias de produção de uma vaca que produz 20 litros/dia e ainda considerando o aumento de produção conseguido através do tratamento, descarte zero de leite, recuperação do escore corporal e índices reprodutivos e praticidade para o criador, conclui-se que é um investimento com excelente relação custo x benefício.


Luciano Marega
Wats Zap: +55(14)998204733
E-mail: luciano.marega@hotmail.com
Blog: www.lucianomarega.blogspot.com.br





Assista a um Vídeo:





SISTEMA DE CONTENÇÃO


                  Para execução dos trabalhos, eu utilizo um brete eletro-hidráulico móvel HERTS, ano de fabricação 2007 e modificado para atender as minhas necessidades.
            Possui dois motores, um elétrico de 5 HP, 220 volts monofásico e um a gasolina de 6 HP, para ser acoplado em situações de falta de energia elétrica.
            Constitui um sistema hidráulico muito eficiente composto por quatro cilindros, onde um deles imobiliza  a cabeça e pescoço, outro todo o corpo do animal, outro para deitar todo o conjunto e outro para remover o piso e se ter acesso às patas.
            As patas são então amarradas e o trabalho pode ser executado.
            Este equipamento é acoplado ao veículo e transportado às fazendas, com ele é possivel conter com segurança bovinos de leite ou de corte, de todas as idades, sexo e peso corporal.
           
Assistir ao vídeo demonstrativo:





sábado, 7 de janeiro de 2017

ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PODOLOGIA BOVINA

CONSULTORIA EM PODOLOGIA BOVINA

          O que é consultoria! É possível uma consultoria para o controle de afecções podais!
          Pois é, isso pode parecer novo para muita gente, mas é a mais nova tendência da administração pecuária moderna, segura e de baixo risco.      Consultoria é o trabalho de assistência técnica executado por um profissional especializado. Na pecuária moderna, tem sido cada vez mais exigida a presença, também, de um profissional especialista em podologia, integrado aos demais consultores dos demais segmentos, onde cada um cumpre um importante papel no contexto produtivo, visando otimizar a produtividade e minimizar riscos da ocorrência de prejuízos financeiros à empresa pecuária.
          O criador, ou produtor é um empresário rural e a sua função no contexto produtivo é administrar contas e pessoas, quando a conta não fecha deve buscar alternativas para conter gastos e elevar a produtividade e para isso deve contar com mão de obra treinada e especializada para cada função. Assim, todas as funções executadas em uma empresa rural devem ser supervisionadas a partir de orientações técnicas de profissionais especializados, estes são princípios básicos de administração no mundo globalizado.
Na empresa pecuária, vários são os segmentos que exigem assistência técnica especializada, onde o produtor terá informações para planejar, tomar decisões e superar os desafios:
o   Nutrição
o   Reprodução
o   Sanidade e Manejo
o   Controle de Mastite
o   Controle das Afecções Podais
          Como se a fazenda estivesse sobre uma mesa de 5 pés, se algum dos pés fraquejarem a mesa tomba e tudo vai por água abaixo.
          O função do administrador é analisar os fatores de risco e tomar decisões, que devem ser embasadas tecnicamente. O mundo globalizado não perdoa falhas, decisões empíricas são inaceitáveis, pois implicam, quase sempre, em prejuízo financeiro para a empresa, seria como "trocar o certo pelo duvidoso", isso pode decretar a falência de uma empresa.
          Não só no Brasil, mas no mundo todo, tem-se observado que a pesquisa científica evoluiu muito em todos estes segmentos e a informação está cada vez mais acessível. Porem, tem-se observado também, que o direcionamento de investimentos para o controle das afecções podais, não têm ocorrido da mesma forma como para os demais segmentos. O pecuarista pouco investe no controle das afecções podais de seus animais, recursos são direcionados para a nutrição, manejo, sanidade, reprodução e nos rebanhos leiteiros, também para o controle de mastite, e os problemas de casco são quase sempre negligenciados. Em conseqüência disso, têm-se observado, em muitas propriedades, a ocorrência de uma série de problemas, quase sempre inerentes ao fator casco, que acontece sempre primeiro. Atrás dos problemas de casco, vem os baixos índices de prenhêz, redução na produção média de leite no rebanho, aumento da ocorrência de mastite nos rebanhos leiteiros, redução do ponderal e conversão alimentar no confinamento, redução no valor pago pelos animais, ocorrência de óbitos, elevação dos custos gerais da propriedade, etc. e é sabido que muitos produtores desistem da criação, diante de tantas dificuldades. Negligenciar os cuidados preventivos para com as afecções podais dos animais é deixar uma porta aberta para o risco e o prejuízo. Não existe a possibilidade de todos os índices zootécnicos serem favoráveis se houver uma elevada taxa de animais claudicantes no rebanho,
Esta é a razão pela qual o profissional casqueador está cada vez mais integrado ao processo produtivo. Um profissional experiente e treinado, deve estar preparado não só para realizar o casqueamento preventivo, mas também identificar as lesões e os fatores de risco que podem estar desencadeando as afecções podais e ainda estabelecer um plano de ações que possa ser viabilizado e integrado aos demais segmentos como a nutrição e manejo da propriedade.
          A dica não é minha, pesquisadores em todo o mundo são unânimes, "faz-se necessário investir em um Programa de Controle das Afecções Podais dos Animais", na mesma intensidade a que se investe  na prevenção das deficiências minerais, no controle da mastite, como nos controles reprodutivos, TE, FIV, IATF, sêmen e ultrassonografias para otimização da produtividade e prevenção do descarte involuntário de animais por subfertilidade, na prevenção das principais doenças como brucelose, aftosa, clostridioses, BVD, IBR, verminose, etc., pois, do contrário o risco estará sempre presente.
          Diante deste cenário, de baixos investimentos no segmento de Controle da Afecções Podais dos Animais, os mesmos pesquisadores em torno do  mundo alertam ainda, que, "as doenças das patas dos animais tem sido consideradas como a principal causa de prejuízos financeiros aos pecuaristas".

PLANO DE CONTROLE DAS AFECÇÕES PODAIS DOS ANIMAIS


          Independentemente da atividade desenvolvida na propriedade, se corte ou leite, raça, se predominam Taurinos ou Zebuínos, época do ano, região onde a propriedade se localiza, diferentes tipos de manejo, alimentação, etc., para o desenvolvimento de um Plano de Controle das Afecções Podais, o primeiro passo é investigar e quantificar a ocorrência ou percentual de animais acometidos por algum grau de desconforto e lesão nas patas. Com isso é possível determinar a importância do fator casco como possível causador de prejuízos à propriedade, para assim estabelecer metas, que serão diferentes para cada propriedade em função da sua necessidade. Sabe-se que em muitas propriedades a ocorrência de manqueira e lesões podais nos animais é muito baixa e até rara, porem em muitas propriedades ela é alta e causa muitos prejuízos. Quando isso ocorre, o próximo passo é identificar as lesões e sua predominância, atualmente existe uma nomenclatura padronizada para isso e sabe-se quais os fatores de risco envolvidos, com base nestas informações é estabelecido um plano viável de ações preventivas e curativas.

IMPORTÂNCIA DA PODOLOGIA BOVINA   VIDEO


OBJETIVOS DESTE BLOG

BLOG DA PODOLOGIA ANIMAL


Este blog tem por objetivo interagir com o público interessado como criadores de gado, estudantes, profissionais, trazer informações técnicas e disponibilizar produtos afins.

Sabe-se que, atualmente, o PROFISSIONAL CASQUEADOR, está integrado ao processo produtivo, tanto na pecuária de leite como na pecuária de corte.

É dele a responsabilidade de manter a saúde das patas e corrigir as alterações fisiológicas ou patológicas, para assegurar o máximo desempenho produtivo e reprodutivo dos animais de produção.

Para que os animais tenham conforto, paz e possam caminhar bem,

Para que os animais jovens se desenvolvam adequadamente,

Para que as fêmeas tenham bons índices reprodutivos, concebam e gerem um bezerro saudável anualmente,

Para que os animais tenham elevada conversão alimentar  e explorem todo seu potencial produtivo,

Para que os reprodutores cumpram com o seu papel de buscar e fertilizar com eficiência todas as matrizes disponibilizadas,

Para que os animais tenham boa performance ao serem apresentados (exposições e leilões).

Para que se tenha lucro na atividade pecuária,

É necessário que, dentre os fatores genéticos, nutricionais, clínicos, climatológicos e de manejo, também os animais tenham aprumos corretos e patas saudáveis.

Toda e qualquer disfunção do aparelho locomotor interfere direta ou indiretamente com o bem estar animal, e por consequência, nos índices produtivos, reprodutivos, além da performance, podendo levar, inclusive, o animal ao óbito, causando significativos prejuízos econômicos a toda cadeia produtiva.

Sabe-se que, dentre todas as disfunções do aparelho locomotor dos animais de produção, 90% delas estão relacionadas às patas e envolvem principalmente os dígitos. Daí a importância do 

PROFISSIONAL CASQUEADOR

Obrigado a todos, sejam sempre muito bem vindos e boa leitura!


Atenciosamente!

Luciano Marega


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Abcesso de Casco em Touro Nelore (relato de um caso)

HISTÓRICO CLÍNICO: Touro Nelore de aproximadamente 3,5 anos, confinado, veio a apresentar severa claudicação do membro anterior direito.
EXAME CLÍNICO: Durante o casqueamento e exame clínico da pata observou-se ponto de fistulação na cola, próximo à pinça do casco, que sob pressão houve extravasamento de grande volume de pus, e muita dor.
DIAGNÓSTICO: Abcesso de Casco acompanhado de sequestro ósseo.
Tratamento: Debridamento cirúrgico, fixação de taco ortopédico e curativo de casco de longa durabilidade.
PÓS-OPERATÓRIO: Acompanhamento do estado geral do animal durante 40 dias, quando devesse ser realizada uma nova visita para substituição do taco ortopédico e curativo de casco, assim como avaliação da evolução da lesão. Neste período deve ser monitorado a presença, conforto e integridade do curativo de casco, assim como do taco ortopédico.

D - 0 (dia do atendimento clínico)











D - 35: Reavaliação 35 dias após o tratamento
















CONCLUSÃO: Houve significativa evolução do processo cicatricial da lesão inicial, com preenchimento da cavidade original e organização da ferida, contendo bordas vivas em fase ativa de reparação tecidual.
PROGNÓSTICO: Acredita-se que, em 30 dias, haja completa reparação das feridas ainda presentes, que serão recobertas por tecido córneo, inicialmente sensível e frágil. Em seguida, após este período de tempo, deve iniciar-se um estágio de espessamento do tecido córneo a ponto de suportar o peso corporal do animal e este período de tempo é indeterminado, podendo levar mais 30 a 60 dias para a completa recuperação do animal. Durante todo este período, a pata deverá estar protegida com o taco ortopédico e curativo de casco, assim como visitas de monitoramento a cada 30 dias, para as substituições dos mesmos.

Dr. Luciano Marega